17/01/2014 06h00 - Atualizado em 17/01/2014 06h00
Irmão de Dida diz estar honrado com homenagem de Zico ao alagoano. Craque de CSA e Flamengo ganha destaque na série do Globo Esporte 'História do Futebol Carioca'. Galinho lembra que o camisa 10 da década de 50 sempre o inspirou.
Por Victor Mélo - Maceió
Dida Flamengo 50'
(Foto: Arquivo/Museu dos Esportes)
Dida marcou 264 com a camisa do Flamengo
O alagoano Dida continua sendo uma das referências da história do Flamengo.
Em 1954, o craque saiu do CSA para defender o Rubro-Negro e ganhou projeção nacional, conquistando títulos e uma legião de fãs.
Um deles é o principal jogador já revelado pelo clube carioca. Zico diz ter se inspirado nas jogadas de Dida e, por isso, já pensava quando criança em ser o camisa 10 da Gávea.
Na última sexta-feira, o Globo Esporte exibiu para todo o país a dramatização de uma passagem da infância de Zico, quando o garoto bom de bola brincava de ser o craque Dida nas peladas de Quintino.
O episódio da série "História do Futebol Carioca" (assista ao vídeo abaixo) ainda foi realçado por um depoimento do Galinho. Em Maceió, a família do craque alagoano foi tocada pela homenagem.
Irmão de Dida, Edson Santa Rosa luta para conservar a memória do jogador que já colocou Pelé na reserva. Rubro-negro fanático, ele também reverencia o Galinho.
- Eu gostei muito do episódio da série História do Futebol Carioca, com o Zico falando muito bem do Dida.
Um carioca rende homenagem ao seu ídolo alagoano. Já o alagoano, em forma de CSA, nunca tomou a iniciativa de homenageá-lo. Registre-se também a indiferença do político alagoano. Quero, inclusive, me comunicar com o Zico, um dos maiores da história do futebol, para agradecer, em nome da família Santa Rosa, pela grande homenagem que ele prestou ao Dida - disse Edson.
No depoimento ao Globo Esporte, Zico afirmou que o alagoano foi seu principal ídolo no esporte.
- Minha memória é de 1961, quando o Flamengo foi campeão do Rio-São Paulo e foi, talvez, o primeiro jogo que eu fui ao Maracanã, com meu pai, e o Dida fez o segundo gol. Meu pai era apaixonado pelo Dida, os meus irmãos, o Antunes, o Edu, o Nando,... era tudo Dida, lá em casa só se falava em Dida, e o meu grande sonho era vestir aquela camisa 10 – declarou o Galinho, que encontrou o velho craque tempos depois, na Gávea.
Zico e Dida no Flamengo - Dida e Zico se encontram na Gávea
(Foto: Arquivo O Globo/Eurico Dantas)
- Uma coisa incrível passou a acontecer: eu já ídolo do Flamengo, sabia que o Dida trabalhava lá no Flamengo, nas categorias de base, mas tinha muita vergonha de conversar, de falar com ele. Às vezes, ficava lá no cantinho olhando para ele, vendo ele trabalhar. Sempre vi o Dida como um cara totalmente diferente na minha história – lembrou o Galinho.
Dida marcou, com gols e jogadas mágicas, o futebol brasileiro nas décadas de 50 e 60. Pelo Flamengo, o craque disputou 357 partidas e assinalou 264 gols.
- Meu irmão é o segundo maior artilheiro da história do Flamengo, perdendo apenas para Zico, que foi o sucessor do Dida. Muita gente, na Gávea, diz que o meu irmão está entre os cinco maiores jogadores da história do Flamengo, e é verdade. Talento não faltava”, destacou Edson.
Edvaldo Alves de Santa Rosa, o Dida, morreu em 17 de setembro de 2002, aos 68 anos.
- Até hoje mando rezar uma missa nesta data para ele, que sempre foi um homem íntegro. Dida foi muito amado pelos fãs e pela família. Temos muitas saudades dele - contou Edson Santa Rosa.
Edson Santa Rosa guarda as memórias do craque Dida
(Foto: Ascom/Flamengo)
https://globoesporte.globo.com/al/noticia/2014/01/irmao-de-dida-diz-estar-honrado-com-homenagem-de-zico-ao-alagoano.html